quarta-feira, 23 de junho de 2010

Poesia

Vejo poesia em tudo
Nas fórmulas que eu não compreendo
Na longitude do seu coração
Na fumaça do cigarro
E no álcool do meu sangue.
Vejo poesia na tristeza
E nas más condições que me encontro.
No pessimismo do quê eu escrevo,
No otimismo do quê eu falo.
Na dificuldade de me sentir satisfeita.
Vejo poesia ma solidão que me acha,
Nas reclamações que faço
E nas tentativas fracassadas.
Vejo poesia no meu refúgio,
Vejo poesia por toda parte.

Razão

Gostaria de segurar as lembranças
Os sentidos
O estar com você
Deixar de sentir a falta do sentido
Delirar novamente ao pé do ouvido
Recordando de nós
Mas agora sou só eu e eu
Parecendo egoísmo
A falta de opção.
É o que faz ser da razão.
A gente passa se enganar.
Mas pra onde vai esse mar?
Vira cachoeira salgada
De espuma do seu gozo
A poluição do alvoroço
Que só me faz
E deixa de ser nos faz.
Onde estão os sentidos,
Sentidos dos escolhidos?
A gente esquece o que é amar
Qual é a sensação de se apaixonar?
Sem emoção, pois tudo, tudo é fruto da razão.
Com esses pés no chão
É impossível voar
E novamente delirar
Ao ver seus olhos
Luminosos
Gritando amor
Saindo pelos poros toda a dor
De saber, que ver em meus olhos
A correspondência,
A ardência
Da paixão,
É o mesmo de pegar sua mão,
Não sentir,
E saber: Tudo é razão.

Picadeiro

O circo está todo armado
A bandeira nacional estendia
Ironicamente em cima do presidente.
A linda majestade,
Os auto falantes soando melodias já manjadas.
Os palhaços falam e brincam com o povo
Enquanto a única malabarista roca,
Fingi tamanha simpatia.
O público iludido,
Os cidadãos que tampam o sol com a peneira,
Os que brigam,
Os que nem ligam.
E assim, todos permanecem “juntos”
Mas desgrudados uns dos outros.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Na minha Fantasia

Não conseguirá entender
Nem sequer uma única palavra
Terá que ir à fundo
Entrar em um outro mundo.
Sua percepção terrena
Não valerá a pena
Dentre rimas tão imperfeitas,
Há somente a ausência
Da real falta de cordialidade.
No entanto, é esse surrealismo a minha companhia.
Na minha casa vazia
Só me resta a utopia
Pois a fantasia
É minha melodia.
Não entenderá uma palavra sequer
Enquanto futilmente quiser.
Mas não me importa não
Desde que eu viva e morra
A cada segundo de agonia.
Nos momentos de apatia
É que a inspiração me domina.
Assim à mercê de problemas tão pequenos
Diante da comparação
Vou-me martirizar na vasta escuridão.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Romantismo

A minha preferência por Álvares não é simples,
É identificação.
Sentir as dores que ele sentia me faz sentir um outro alguém.
Com suas rimas soltas,
Sua ausência de cordialidade
Seu lado Ariel X Caliban
Gritante em mim, em meus versos.
Incomodam pessoas próximas e distantes que não compreendem
Mas não me importo, pois prefiro lembrar de minha real existência.
Somente dentre as quatro paredes que possuem as minhas energias concentradas.
Degustar do álcool e do tabaco que omito por proteção à segundos e terceiros.
Prefiro ouvir Álvares chorar demasiadamente
Do que desvairar rimas perfeitas de Dias.
O desequilíbrio e a fuga de Azevedo são muito mais atraentes.
Desejos sórdidos e infantis me vêem à cabeça
Só de pensar em seus versos íntimos, tão seus quanto meus.
Romancistas boêmios, sós, depressivos não existiam somente no século XIX.
Brandão explica bem o mal do século que me conduz a este estado meu.
Me vejo em MCCandles, me vejo em Athena, a Bruxa de Portobelo.
Casar-me-ia com Antônio Augusto, mas só me encontro com Azevedo, meu querido Álvares, não corras assim.
Sentir-me a todo instante na taverna e lembrar-me que a lira só durou 21 anos
Fazem-me de mim, mais perto de ti.

Perdida em mim mesma

Andei, andei
À procura da felicidade
E o único que consegui
Foram calos nos meus pés.
Tentei descer do Alaska,
Após minha fuga,
Mas só encontrei gelo e mais gelo.
Quis encontrar o interior
Só que o exterior destrói a essência.
São noites em claro
São dias escuros
E nada me faz levantar deste leito.
Nada de especial acontece,
Fico aqui trancada
Porque não há o que fazer.
Porque por mais que eu tente
Acabo desligando a minha TV, nas horas mais impróprias.
Em algum momento que poderia ser importante
Vou me perdendo...

Borboleta Azul

Uma pena borboletas viverem tão pouco.
Gostaria tanto de ser sua Borboleta Azul
Imortal em seus pensamentos.
Um casulo imetamórfose seu.
Que me protegesse do frio,
Colocasse-me dentro de seus braços quentes
E não soltasse mais.
Fizesse com que eu esquecesse de minha fragilidade
Tão frágil quanto a sua.
Então por que apareci logo agora?
Logo agora...
Que essa vida de platonismo
É mero temor de romantismo.
Ah! Eu não podia morrer assim de seus devaneios.

Essa Borboleta Azul, insiste em ser irresistível diante de seus olhos espelho.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sem Destinatário

É engraçado como consigo escrever tantas poesias a ninguém.
Pois é somente eu, sem mais ninguém
Perdida dentro do meu individualismo romântico
Que transborda no meu ser
Misturado com um realismo aquariano, incomum.
Um ar do contra, incompreendido.
É triste e desgastante escrever, escrever sem haver um simples destinatário.
Lamentável este estado de solidão.
Os diagnósticos psicológicos dados de mim a mim mesma, já não servem pra nada.
Estou acostumada a me sentir assim.
Por isso já não sei se maldigo ou bendigo este sentimetno dominante.
Talvez eu precise mesmo de alguém
Alguém, mas que tipo de alguém?